Durante o ano 2018, foram reciclados em Portugal 107.216 Veículos em Fim de Vida (VFV) pelos centros de abate licenciados.
De entre estes, 77.571 foram abatidos pelos centros integrados na REDE VALORCAR, o que representa uma quota de mercado de 72,4% e um aumento de 50,7% face a 2017. Atualmente, esta rede já conta com 173 centros, espalhados por todos os distritos do Continente (159) e nas regiões autónomas dos Açores (11) e da Madeira (3).
No que diz respeito aos VFV recebidos, mantém-se a tendência de aumento da sua idade média, que é agora de 21,6 anos, o que reflete o envelhecimento do parque automóvel nacional. À semelhança dos últimos 12 anos, o Opel Corsa foi o modelo com mais unidades entregues para abate, atingindo cerca de 8,2% do volume total. Os restantes lugares do pódio foram ocupados pelo Renault Clio e pelo Fiat Punto.
O ano de 2018 fica também marcado por um excelente resultado ao nível do reaproveitamento dos materiais dos VFV, tendo a REDE VALORCAR atingido uma taxa de reutilização/reciclagem de 87% e de reutilização/valorização de 96% (peso médio de cada VFV que é reaproveitado). Desta forma, ultrapassaram-se largamente os objectivos de reutilização/reciclagem (85%) e de reutilização/valorização (95%) previstos na legislação europeia.
Os materiais mais reutilizados/reciclados foram os metais, as peças usadas, os pneus usados, os vidros e as baterias.
Os centros da REDE VALORCAR recolheram em 2018 um total de 19.278 toneladas de Resíduos de Baterias e Acumuladores (RBA), o que representou um crescimento homólogo de 10% e permitiu atingir uma taxa de recolha de 99% (acima do valor definido na legislação, que é de 98%).
A esmagadora maioria destes RBA são de chumbo-ácido (baterias que equipam tradicionalmente os veículos com motor de combustão, a gasóleo ou gasolina), embora já tenham começado a ser recolhidas baterias de iões de lítio (utilizadas nos veículos híbridos e elétricos).
As baterias de chumbo foram enviadas para reciclagem em quatro unidades industriais especialmente vocacionadas para esta atividade, duas localizadas em território nacional e as restantes em Espanha. Por sua vez, as baterias de lítio foram reutilizadas em unidades estacionárias de armazenamento de energia.
A VALORCAR classifica o desempenho anual dos centros da REDE VALORCAR em cinco categorias (A,B,C,D e E), tendo em conta indicadores como o número de VFV e de RBA recebidos, a quantidade de materiais/componentes recuperados e enviados para reutilização, reciclagem ou valorização energética. Contam também para esta classificação os resultados obtidos nas visitas não anunciadas que a VALORCAR realiza a estes centros, com o objetivo de avaliar a qualidade do seu serviço.
Em 2018, dos 173 centros da REDE VALORCAR, apenas cinco alcançaram o restrito grupo da categoria A:
Durante o ano de 2018, a VALORCAR alargou a sua presença no terreno, acompanhando de perto a atividade de todos os centros da REDE VALORCAR através da realização de 227 visitas individuais.
Estas visitas têm como objetivo apoiar, tanto quanto possível, a atividade dos centros e prevenir eventuais problemas técnicos e ambientais, repartindo-se entre vistorias de integração, visitas não anunciadas e auditorias intercalares.
Das 227 visitas realizadas, 149 foram conduzidas sob a forma de visitas não anunciadas, nas quais se avalia a realidade do centro naquele instante e se discutem diversos aspetos relacionados com a sua atividade diária, sendo sugeridas alterações que otimizem a eficiência ambiental e económica do tratamento verificado naquele centro.
As restantes 78 visitas foram concretizadas sob a forma de vistorias de integração, realizadas sempre que há candidatos a querer entrar na REDE VALORCAR e que incidem, sobretudo, sobre os aspetos administrativos, de instalações e de equipamentos.